Não vamos pagar a conta da crise
Diminuir a desigualdade social é solução
A classe trabalhadora não vai pagar a conta da crise político/econômica que desestabiliza o país. O movimento sindical brasileiro está atento às possíveis mudanças anunciadas pelo governo, sob pressão de setores do patronato, que reduzem direitos trabalhistas e alteram critérios para obtenção da aposentadoria do trabalhador e da trabalhadora. A CUT e as demais centrais sindicais já se posicionaram contra medidas que representam retrocessos, como o aumento na idade para aposentadoria ou equiparação entre homens e mulheres no tempo de vida mínimo exigido para usufruir do benefício.
Sob discurso de crise, patrões e governo apregoam formas de solução que retiram direitos conquistados com lutas, greves e mobilizações, muitas delas à custa de vidas de trabalhadores e trabalhadoras. Projetos que prevêem a liberação indiscriminada da terceirização dentro das empresas, o que prioriza o negociado sobre o legislado nas negociações trabalhistas, que altera benefícios para a concessão de férias, do 13º salário, e tantos outros projetos cujo único interesse é prejudicar a vida do trabalhador serão duramente combatidos pelos movimentos social e sindical do país.
Propor uma reforma da Previdência Social simplesmente para agradar o mercado é não se preocupar com as características do trabalhador brasileiro, que ingressa cedo na vida profissional, aos 14, 15 anos de idade. O movimento sindical não concorda, em hipótese alguma, que se estabeleça a aposentadoria apenas por idade porque iria penalizar ainda mais as pessoas mais pobres, que convivem com as piores condições de trabalho e que precisariam estar nas empresas durante 50 anos para obter o direito à aposentadoria.
Queremos que o tema Reforma da Previdência seja conduzido pelo Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência Social. Somos favoráveis a medidas anunciadas pelo governo, em janeiro deste ano, e que liberam R$ 83 bilhões para a economia, que asseguram linhas de financiamento para os Programas de Máquinas e Equipamentos e de Sustentação de Investimentos, da ordem de R$ 32 bilhões. Queremos a valorização de Programas de Geração de Emprego e Renda. Ao invés de cortar direitos históricos da classe trabalhadora, é preciso taxar as grandes fortunas para reduzirmos essa desigualdade brutal de acesso a direitos e a serviços públicos de qualidade.
Enquanto a classe trabalhadora amarga com o capitalismo selvagem, alguns poucos estão muito bem: em 2015, a riqueza acumulada do 1% mais rico do planeta superou a dos 99% restantes. Isso indica que o capitalismo levou a humanidade de volta aos níveis de concentração de renda do século XIX. A pesquisa foi feita pela Organização Não-governamental Oxfam Internacional. O fato de as 62 pessoas mais ricas do mundo acumularem o equivalente à riqueza dos 50% mais pobres da população mundial revela uma concentração de riqueza absurda, que precisa ser combatida. Diante do acirramento da luta de classes no país vamos às ruas exigir nossos direitos.