Não vamos trabalhar até morrer. Abaixo a Reforma da Previdência!

 

A informação é uma arma indispensável na luta pela retomada de direitos

Joinville – A Frente Joinville pela Democracia promoveu na manhã do último sábado (16 de fevereiro), no Sindicato dos Metalúrgicos, um debate sobre a proposta de “reforma da Previdência do governo federal na visão do trabalhador”. A iniciativa faz parte da estratégia do movimento sindical e popular para mobilizar a classe trabalhadora contra o projeto de reforma da Previdência proposto pelo governo, que simplesmente vai impedir o acesso dos trabalhadores à aposentadoria.  O debate foi coordenado pela professora Valdete Daufembach e teve como palestrantes o advogado trabalhista Luís Gustavo Assad Rupp e o economista da Subseção do Dieese na Fecesc, Maurício Mulinari.

Entre os absurdos desta reforma, que tem por trás a privatização da Previdência, está a alteração da idade mínima para 65 anos (homens) e 62 (mulheres). Mas isso não é nada, diante da perda praticamente total das garantias sociais conquistadas pelo movimento sindical nas últimas décadas. Essa reforma é tão ruim para a classe trabalhadora que foi qualificada como “uma devassa” pelo advogado Luís Gustavo. Ele lembra que a perseguição à aposentadoria não é de hoje. “Desde FHC se tenta destruir a aposentadoria  solidária. E só não ocorreu porque não tinham votos suficientes”, acrescenta o advogado.

Destruir a aposentadoria solidária – que é o sistema tripartite usado aqui no Brasil, onde trabalhador, patrão e governo contribuem para a sua manutenção – significa dificultar ao máximo o acesso dos trabalhadores à aposentadoria. Essa Reforma, na avaliação do economista Maurício Mulinari, é um retrocesso imenso e só vai beneficiar os banqueiros. “E só chegamos aonde chegamos porque o capital não precisa mais fazer concessão, já que a classe trabalhadora está desarmada no sentido do desarmamento intelectual”, lamenta Mulinari.

A Frente Joinville pela Democracia entende que a informação é uma arma indispensável na luta pela retomada de direitos. Direitos esses que a classe trabalhadora vem perdendo desde 2016 e, depois, com a aprovação da antirreforma trabalhista, em vigor desde novembro de 2017 e que acaba com a CLT. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville e Região, Rodolfo Ramos, critica que o governo, a grande mídia e o sistema capitalista vendem a reforma da Previdência como se fosse um bom negócio para a classe trabalhadora: “Este é um momento para refletir, absorver mais informações e combater essa reforma, que piora as condições de trabalho e a vida dos trabalhadores”.

Rodolfo destaca ainda que “não existe déficit na Previdência, porque o Sistema de Seguridade Social é financiado pela Previdência, Assistência Social e o SUS” e adverte que estão tirando dinheiro dessas instituições governamentais para recuperar governos estaduais e municipais mal administrados. “Precisamos ir para as periferias, onde está o trabalhador e onde o patrão não esteja monitorando. Vamos dialogar diretamente com o trabalhador, sem o medo da coação”, conclama.

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