Reajuste salarial dos metalúrgicos repõe inflação integral do período

Piso Salarial da categoria obteve reajuste de 5,47% 

Os mais de 22 mil trabalhadores metalúrgicos de Jaraguá do Sul e Região recebem até o quinto dia útil de fevereiro um reajuste salarial de 4,48% como resultado das negociações coletivas de trabalho do setor. A proposta final feita pelos patrões e que contempla a reposição integral da inflação (INPC/IBGE) registrada no ano passado foi acatada durante a Assembleia Geral realizada às 18 horas de quinta-feira (23), na Recreativa do Sindicato. A data-base da categoria é em 1º de janeiro. A nova Convenção Coletiva assegura o mesmo percentual de aumento para o Auxílio Creche, pago aos trabalhadores com filhos em idade de até 22 meses e que passou de R$ 238,00 para R$ 249,00, e prevê quase 1% de ganho real para o Piso Salarial, que obteve reajuste de 5,47%, passando de R$ 1.460,00 para R$ 1.540,00.

Nas seis rodadas de negociações realizadas desde dezembro de 2019, a diretoria do Sindicato insistiu na reivindicação de aumento real e na manutenção e melhorias das atuais cláusulas da Convenção. “Os patrões fecharam as portas na negociação e negaram o aumento salarial a título de produtividade”, critica o presidente do Sindicato, Silvino Volz, lembrando que o custo de vida na região é muito alto. “Os trabalhadores pagam mais pelos alimentos da cesta básica, como feijão e carne, no preço dos aluguéis, no litro de combustível. Os produtos das empresas também tiveram aumentos de mais de 6% mas, infelizmente, não conseguimos nada melhor dos patrões”, afirma o presidente do Sindicato.

Silvino valoriza a importância de se preservar as conquistas sociais da Convenção Coletiva, citando como exemplos a estabilidade do trabalhador na pré-aposentadoria, o auxílio funeral e em caso de invalidez para o trabalho, a licença para acompanhamento do filho na internação hospitalar. “Precisamos garantir uma boa convenção coletiva para que os trabalhadores tenham um local de trabalho adequado”, reforça o presidente do Sindmet, enumerando ainda conquistas como a obrigatoriedade das empresas disponibilizarem papel higiênico, água potável, medicamentos de primeira necessidade e acesso aos portadores de deficiência física.

O metalúrgico Edenilson, que esteve na Assembleia e votou favorável ao acordo, entende que “a proposta dos patrões poderia ser melhor se os trabalhadores mostrassem que querem algo a mais do que a inflação que o governo diz que tem e a gente sabe que é muito maior”. Edenilson atribui a falta de mobilização dos trabalhadores, neste momento, ao medo de ser demitido, de não conseguir outro emprego para sustentar a família. “A gente sabe que, hoje, as empresas monitoram todos os trabalhadores, não tem o que você fazer, a não ser se unir e começar a comparecer às assembleias convocadas pelo sindicato”, conclui.

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